MUNDO SECRETO DAS CRIANÇAS
No ano de 2013, tive o privilégio de ser convidada pela antiga diretoria da Sinarj – Sindicato dos Astrólogos do Rio de Janeiro, pela voz de Carlos Hollanda, no 6º Simpósio Internacional de Astrologia, com o tema “A Terceira Força – A Astrologia e suas Interseções com Outros Saberes” no Rio de Janeiro.
O evento aconteceu nos dias 23 e 24 de novembro, no Hotel Mirador, em Copacabana, e foi antecedido por um Pré-Simpósio no dia 22 de novembro, na Universidade Cândido Mendes de Ipanema, com a participação de Carlos Hollanda, com “Astrologia, o Grande Elo: A convergência entre o Pensamento Mágico e Pensamento Cientiíico”, e na mesa redonda, com “Astrologia, Simbolismo e a Jornada da Alma”, junto com o Carlos Hollanda, Waldemar Falcão, Nei Naiff e Glauccio Costa.
Esta atual diretoria da Sinarj representada por Marcia Mattos (presidente), Renato Chebar (vice-presidente), Carlos Hollanda (diretor técnico) e Fernanda Santa Roza (diretora de comunicação), (diretor social) – José Maria Gomes Neto, (diretora de RP) – Patricia Messina, (conselho fiscal) – Celisa Beranger e Maria Eugenia de Castro, foram os responsáveis pela organização do 15º Simpósio Nacional de Astrologia, e 6º Internacional de Astrologia no Rio de Janeiro.
Creio que fui convidada pelo trabalho que tenho desenvolvido em Portugal, e o tema escolhido pela mesma razão, o que levou a esta minha experiência, como portuguesa, como palestrante com o tema “Astrologia Infantil - O Mundo Secreto das Crianças”.
Com este artigo, pretendo resumir o conteúdo desta apresentação. Sabendo que a Astrologia Infantil é uma área ainda pouco explorada e com pouca prática, partilho agora convosco o “gatilho” que despoletou a minha dedicação crescente: o momento em que um jovem de 5 anos de idade, pede à mãe uma consulta comigo em 2010. Desta experiência marcante surge, este ano de 2013, um projeto com a colega, amiga, a astróloga Luiza Azancot, lançando a semente para o crescimento deste meu interesse em investigar e pesquisar esta vertente de apoio aos educadores da criança. Com o decorrer do projeto, surge um outro de igual interesse e dedicação, o lançamento do livro “Tomé Descobre Astrologia”, com o apoio crucial de Inês Miranda, estudante do 3º ano de astrologia e educadora de infância e Patrícia Almeida professora primária e igualmente estudante de astrologia do 3º ano, ambas minhas alunas e amigas.
Esta viagem pelo mundo dos pequeninos começou com o lançamento na Fnac do GaiaShooping do Projecto da ASPAS “Mapa Astrológico da Criança “em junho passado, onde foi contada uma história que visou explicar às crianças presentes o que é a Astrologia. O entusiasmo e interesse demonstrados foram a grande motivação para o lançamento do livro “Tomé Descobre a Astrologia”, na Biblioteca Florbela Espanca, da editora a SedaPublicações e a ilustração de Clara Almeida, com o padrinho do livro, o apresentador do Canal de TV Porto Canal Ricardo Couto
Sem este grupo de pessoas, nunca teria sido possível colocar em prática estes projetos, que nos levaram além-fronteiras e que prometem a sua expansão no ano que se segue. Posto isto, irei de seguida focar-me numa pequena sintese desta visão sobre a Astrologia Infantil.
Para podermos estudar o Mapa Astrológico de uma Criança, sabemos que a sua abordagem é diferente como fazemos num adulto, principalmente na utilização das técnicas. Então como auxiliar os País neste percurso através da Astrologia?
Numa abordagem inicial, sabemos muitas vezes que os Pais tendem a colocar as suas expectativas nos filhos, a viver através deles a vida que não tiveram, e, muitas vezes, a ver o comportamento dos filhos através dos próprios padrões comportamentais. Tudo isto vai dificultar a aceitação do filho como ser independente e autónomo. E, aqui, tenho a certeza que a Astrologia AJUDA.Com esta primeira reflexão, direciono-me para a prática no ato de educar, sendo indiscutivelmente necessário coerência e clareza. Ao expor a minha experiência como Astróloga, será sempre como suporte ao processo educativo. Na verdade, posso usar palavras novas, mas os conceitos, tanto em astrologia quanto em educação, são muito antigos. Educar continua a ser a grande proposta e a grande necessidade da humanidade.
Porque é que Astrologia Infantil não é mais utilizada?
O que nos impede?
Temos medo de ser “bruxos”?
Sabemos pouco sobre Psicologia Infantil?
Apresentei um exemplo, que foi colocado numa conferência por Donna Cunningham, relacionado à história do Rei Édipo. Não querendo aqui explica-la detalhadamente (sugiro consulta em vários locais) deixo apenas o fundamento de que, se os País desta criança tivessem consultado um astrólogo, e não o Oraculo de Delfos, provavelmente, a profecia não se tinha concretizado. Provavelmente o Astrólogo, os orientaria, reforçando que, dado o fascínio que ele tinha pela mãe, teria que lhe ser dado outro tipo de educação, com mais rigor, mais disciplina, propondo vários afazeres. E, como teríamos uma energia de confronto com o Pai (na história assassinado pelo filho) a educação prestada por este Pai, deveria ter sido mais centrada numa partilha de desportos, como jogar futebol ou esgrima, para, desde cedo, começar a lidar com o confronto e, com o tempo, libertá-lo.
Claro que, para podermos educar e conseguir um bom trabalho, devemos admitir que temos que aceitar as características naturais da criança e ter extrema consideração pelo que ela é, como nasceu e as energias que possui, ou seja, a Astrologia Ajuda!
A Astrologia ajuda como suporte à educação se soubermos compreender a veracidade dos seus fatos, sendo:
» Aceitar a criança tal qual ela é, com a sua própria individualidade;
» Estimular a sua criatividade, o seu talento, a sua sensibilidade, a sua coragem para que use toda a bagagem que trouxe para esta vida;
» Ensinar o que ela não sabe. Olhar as dificuldades do mapa, a terceira casa, enfim, descobre-se pelo mapa astrológico o que ela tem que aprender. Há determinadas coisas que a criança terá que aprender. Viver é uma arte ou uma ciência que ela precisa aprender.
O mapa astrológico deve ser considerado como um tratado e dele pode-se tirar o maior ensinamento: VIVER.
Para se viver por esta arte de orientação, será preciso aplicar-se muitos conhecimentos para a realização e concepção de alguns métodos, habilidades e perícia. Também a vida pode ser vivida como uma ciência, pois precisamos de determinadas coisas, conhecimentos exatos e raciocínio.
Considerei para meu estudo o fator idade como um elemento de importância para a assimilação dos conceitos no plano Terra embora, para a aprendizagem real, o ser humano utilize algo mais sensível e maior - a própria alma. Mas, com formação em Hipnoterapia Clínica, pela LCCH (london college of clinical hypnosis), e em Psicologia Multifocal pela Universidade do Futuro de Augusto Curry, para além da formação em PNL – Programação Neurolinguística, por Chunking Up, e a Formação em Psicossomática, pela Mentel Systems Intelligence desenvolvi uma tabela, com base em alguns teóricos, nomeadamente Erikson, onde relacionei as idades com os planetas.
Para além da posição dos planetas nos elementos e signos, seus aspetos planetários, a hereditariedade astral, e analise dos mapas dos pais correlacionados com os mapas dos filhos para verificar se há posições que se repetem de uma geração para outra, são usados, aqui nesta explanação usei métodos sistemáticos de comparação de fatores e não estatísticos.
Claro que o explanado converte-se num meio de educação, onde todo o método é válido, mas o processo educacional deve ser continuo, determinado e voltado inteiramente para o educando. Os efeitos dessa educação vão-se sentindo, à medida que a vontade do mesmo se mostra, e ainda assim, os resultados só são alcançados a longo prazo. Precisamos de paciência, persistência, coragem, tempo e conhecimento para trabalhar a educação.
O eixo do mapa astrológico, relação a casa 4 e 10, pois representa a mãe, o pai e, em consequência, os filhos, constituindo a família. Logo, formalmente, a família são pessoas do mesmo sangue, vivendo ou não em comum.
É no meio familiar, a casa 4 do mapa da criança, que se observa como começa o grande processo de evolução, da mesma maneira que a faz evoluir. Aqui o participante do grupo no desempenho das suas reais funções e do verdadeiro papel no formidável conjunto, família, dá-nos a noção dos primeiros relacionamentos entre pessoas.
A criança, razão da determinação desta pesquisa, como elo dinâmico no conjunto-familia e dos seus entrosamentos, é o que nos servirá de parâmetro para estudar o relacionamento, o afeto e o amor entre os homens. Há um único e tênue instante, no planeta Terra, em que cada ser tem a oportunidade de viver para evoluir, amando, compreendendo e convivendo bem com os seus semelhantes.
Dentro do eixo do mapa astrológico a criança cresce e, aqui, estudamos as diferentes etapas da evolução humana, em quatro fases e as correspondências com os eixos do mapa astrológico, sendo:
» 1ª fase – serviço – casas 6 e 12
» 2ª fase – amor – casas 5 e 11
» 3ª fase – proteção – casas 4 e 10
» 4ª fase – ensino – casas 3 e 9
De seguida analisamos os planetas sendo que, aqui, o instinto orientado por cada um deles, terá enfase na casa astrológica e signo onde se coloca, assim:
» LUA necessidades primárias, emoções naturais, Mãe, instinto, a natureza dos sentimentos, o inconsciente
» SOL individualidade, força de vontade, vitalidade, Pai, o consciente
» MERCÚRIO ligações, humor, irmãos, apreendizagem, lógica
» VÉNUS Artistico, valores, senso no amor, partilha
» MARTE competição, direção, raiva
Na LUA olhamos para a Mãe, para os padrões do pensamento, para o nível de instinto da criança. As figuras de nutrição e a demostração de emoções da criança.
Com o SOL, vemos o perfil psicológico como individualidade ou, até mesmo, o ego da criança, mas também o verdadeiro poder e a primeira relação. Olhamos para o Pai e vemos a vitalidade da criança.
O lado de MERCÚRIO são os 5 sentidos, a parte analitica, a forma como cria o seu sentido de humor, e a relação com a comunicação.
Com o VÉNUS, como a criança se expressa da forma mais pura, as suas expressões artisticas, mas também o amor, o que faz sentir, o que ela considera belo e bonito. A relação da criança com os seus amigos.
Com MARTE, o lado fisico, a forma como partilha esse lado fisico, as competições, o lado de conduzir as suas ações, o lado rebelde e a raiva (vista mais no sentido de competição).
Planetas Sociais - idade mais significativa 6-12 anos
» JUPITER | confiança, generosidade, optimismo, esperança
» SATURNO | disciplina, foco, testes, limitações, regras, castigo, estabilidadede
Na análise dos Planetas Sociais, vemos JUPITER, como o abrir de possibilidades, generosidade, o optimismo a esperança, e o papel dos professores.
Com SATURNO, criamos a disciplina, o foco, os testes, as limitações, como os castigos em forma de educação, para a criança saber que existem limites, regras que advêm dos professores, dos pais, dos avós.
Estas energias são activadas com o social, no contacto com os outros. Mas é claro que também usamos os transpessoais...
Entre os 6 e 12 anos, encontramos a 1ª quadratura de Saturno – encontro com a restrição – o cair dos dentes.
A 1ª oposição de Júpiter Natal – tudo é “um mar de rosas”.
Planetas Transpessoais
Os Planetas de efeitos geracionais são mais importantes na sua colocação na carta da criança em relação aos angulos e aos aspectos que fazem com planetas pessoais.
Com URANO, vemos a individualidade, a manifestação da rebeldia, os talentos e a inconstância.
Em NEPTUNO, verificamos as paixões. Claro que toda esta visão analisa-se a um nível psicológico sendo que, com Neptuno, verificamos também o lado da vitimização.
PLUTÃO ajuda a ver as obsessões, o poder e a curiosidade.
Alguns exemplos foram colocados, deixando aqui apenas um deles:
A criança chorava muito e a Mãe não dormia. Entra em pânico e consulta a Astróloga.
Através da análise do desenvolvimento emocional é sugerido:
Mãe queria que a filha andasse na escola Montessori, sistema livre de ensino
A Lua em Aquário – necessidade de independência
Marte em Carneiro – autonomia
Mercúrio em Capricórnio – idade 7 anos (mercúrio)
Resolução: A entendeu o Mercúrio em Capricórnio como uma necessidade de aprendizagem estruturada impossível no sistema de ensino livre da escola Montessori. Paralelamente explicou á Mãe a necessidade de independência e autonomia em outros contextos (casa e desporto).
A Mãe optou por transferir a filha para uma escola de ensino tradicional, permitindo-lhe desenvolver os seus potenciais num ambiente adequado às suas necessidades individuais. Foi-lhe permitido escolher o desporto que queria e ter grande autonomia sobre o seu tempo livre.
Desta forma, o consultor astrológico, focando-se apenas no problema exposto pela Mãe, ajudou a encontrar a solução para os conflitos internos que estavam a ser vivenciados pela criança.
Planetas Retrogrados
Apesar de não considerar oportuno aprofundar o tema, considero relevante salientar a importância da análise dos graus onde ocorrem, bem como o momento em que passam a diretos ou em que se tornam retrogrados.
Além do já referido:
» Foram expostos, alguns exemplos práticos em que intervenção do Astrólogo foi de diagnóstico, prática, não se fizeram grandes análises.
Ajudou e resolveu o problema
Ajudou a a criança a desenvolver –se como ela é
Assim, fica uma pequena explanação do que me direcciona a um estudo cada vez mais profundo, e a uma maior pesquisa levando-o, neste próximo ano, ao seu aprofundamento e à criação de um grupo de astrólogos para o alargamento da investigação nesta àrea.
Escrevo e dedico-me a Astrologia Infantil, porque precisamos alertar os pais e educadores sobre a grande necessidade de conhecermos os nossos filhos, alunos ou qualquer criança deste planeta Terra, mais profundamente, conviver com eles para os orientar na descoberta da capacidade em ser feliz, desde a infância até outras fases da vida.
Com a experiência que tenho tido, com a viagem que tenho feito com o Tomé, verifico o quanto as crianças gostam da astrologia, o quanto já sabem dos seus signos, e o quanto admiram as estrelas. Precisamos fazer a nossa criança conhecer o que está diante dela, o céu que nos guia com as suas estrelas e com o seu movimento em torno da Terra.
Acreditar que há um céu sob o qual vivemos é fundamental, embora elementar. Aprender a apreciar as coisas simples, a natureza, é também educativo e talvez juntos, pais, professores, pediatras e crianças, possamos perceber que é na simplicidade que encontramos as mais profundas mensagens.
Aproveito para deixar uma sugestão, que considero de maior importância, além dos processos de avaliação usados nas escolas de todo o mundo, que se inclua o estudo do mapa astrológico de todas as crianças. Pais e professores aprovarão a novidade uma vez que já é do conhecimento de grande parte do público o valor do mapa astrológico como indicador especifico de aptidão, talento, vontade, sentimentos e tantas outras riquezas de informação sobre os processos interiores de um individuo, independente da sua faixa étaria.
É cada um, a seu tempo, evoluindo, caminhando e crescendo por um mundo mais unido.
Afinal, o simples indicador do dedo da criança pode deixar de estar tanto na horizontal, com o toque nos iphones, nos ipads e, também, tornar-se vertical, apontando para o céu...
Por Isabel Guimarães | Presidente da ASPAS
Artigo publicado no Jornal Astrológico 4 Estações nº 7 e
Investigação da Faces Isabel Guimaraes 2017/18